30/01/2018

"Era bondoso"...

Uma Recordação de Infância de Leonardo da Vinci é um livrinho de Sigmund Freud; comprei-o na Livraria Lumière, foi escrito em 1910, e está a cativar-me imenso. Talvez, agora, consiga compreender melhor este grande humanista.

Leonardo da Vinci, A Virgem, o Menino e Santa Ana, c.1513, Museu do Louvre
Imagem da wikipédia

Era bondoso e amável para com todos, segundo se dizia, recusava a alimentação à base de carne por se considerar injusto tirar a vida aos animais, e dava-lhe particular prazer restituir à liberdade os pássaros que comprava no mercado*.

Sigmund Freud, Uma Recordação de Infância de Leonardo da Vinci. (Tradução Maria João Pereira)  Lisboa: Círculo dos Leitores, 1990, p. 17

Citação de * E. Müntz, Leonardo da Vinci, Paris, 1899, p. 18. ( Um a carta de um contemporâneo dirigida a Médicis e escrita da Índia alude a esta particularidade de Leonardo Segundo Richter: The literary works of Leonard daVinci.)


29/01/2018

Le vrai secret des Rois...


"Ginja d' Óbidos
O verdadeiro segredo dos Reis...
Le vrai secret des Rois...
The King's best secret..."

27/01/2018

"Outro dia perfeito"

Guardiões do Ser,
tira de Patrick Mcdonnel

Guardiões do Ser, Textos de Eckhart Tolle e BD de Patrick Mcddonnel (MUTTS), Lisboa: Pergaminho, 2009, p.35.



09/01/2018

A Luz entre...

A Luz entre Oceanos é um filme de Derek Cianfrance, de 2016, que vi só este ano. Uma ilha perdida, um farol...
A mente humana e a escolha do bem sobre o errado. Nos principais papéis destacam-se Michael Fassbender e Alicia Vikander. 
O filme tem uma bela fotografia.



Faróis distantes
Faróis distantes,
De luz subitamente tão acesa,
De noite e ausência tão rapidamente volvida,
Na noite, no convés, que consequências aflitas!
Mágoa última dos despedidos ,
Ficção de pensar...
Faróis distantes...
Incerteza da vida...
Voltou crescendo a luz acesa avançadamente,
No acaso do olhar perdido...
Faróis distantes...
A vida de nada serve...
Pensar na vida de nada serve...
Pensar de pensar na vida de nada serve...
Vamos para longe e a luz que vem grande vem menos grande,
Faróis distantes...
30-4-1926

Álvaro de Campos, Livro de Versos.  (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993, p. 66.

05/01/2018

Da graciosidade e da beleza! (... criaste o céu e a terra)



Que luz é esta que me ilumina de quando em quando e me fere o coração, sem o lesar? Horrorizo-me e inflamo-me: horrorizo-me enquanto sou diferente dela, inflamo-me enquanto sou semelhante a ela. É a Sabedoria, a mesma Sabedoria que bruxuleia em mim e rasga a minha nuvem. Esta encobre-me de novo quando desanimo por causa da escuridão e do peso das minhas misérias. [...] Oiça, pois, a Vossa voz em seu interior, quem puder! Eu clamarei, confiado no Vosso oráculo: "Quão magníficas são as Vossas obras, Senhor! Tudo fizeste na Vossa Sabedoria" (SI 103,24). É ela o Princípio e foi neste Princípio que criaste o céu e a terra.

Stº Agostinho, Confissão, XI,9 = CCL 27, 200.

 Uma interpretação jovial

03/01/2018

Leituras entre o final do ano e o início deste...

Leituras realizadas através de ofertas amigas. Hoje, falo apenas de dois livros, um que já li, outro que comecei a ler.



Resultado de imagem para la reine albemarleResultado de imagem para a velha e o gato lessing

Li Uma Velha e o seu Gato e a História de dois Cães. É um livro triste que narra a história da vida de pessoas e a sua relação com os animais. A primeira é uma história de amor, o gato substitui toda a família e preenche a solidão. Ele acaba por delinear o futuro e o final da vida da sua dona... e mais não digo.
A segunda história é a ligação entre dois animais, a amizade e a partida...

Fotografia: http://cultura.estadao.com.br/blogs/babel/livro-da-nobel-doris-lessing-sobre-seus-gatos-saira-no-pais/

Resultado de imagem para a velha e o gato lessing

Obrigada.:))

O segundo livro é uma viagem a Itália, um país que adoro, do qual tenho imensas saudades: da cor ocre, do cheiro, do som das fontes e da beleza própria que só aquele país consegue ter na sua multiplicidade geográfica.
Comecei a lê-lo este ano, é o primeiro livro de 2018. Por isso, trago-o comigo, e escolhi este trecho: pela razão simples que a minha visita a Capri, que, em parte, calcorreei solitariamente, foi mágica.

Imagem daqui: https://jona25.deviantart.com/art/Jean-Paul-Sartre-32465313
Jean -Paul Sartre
Jean-Paul Sartre by Jona25

Il fut un temps où Capri était africaine. À présent elle est grecque. On la dit aussi romantique. «Trouvez-vous notre île romantique?» me demande un Italien. Naturallement elle est aussi classique. Elle fut anglaise, puis allemande. À chaque fois il ságit de la fixer et de la voir Afrique ou Grèce. Bref, de se faire reflèter par elle le mythe du moment. Il ya eu même une Capri futuriste quand Marinetti est venu dans l´île. Donc: île de Tibère, île romaine, île romantique, île africaine, île pédérastique et symboliste, île futuriste et faciste, île grecque et classique. Le procédé est le même: une clé qui ne colle pour déchiffrer. 

Jean-Paul Sartre, La reine Albemarle ou le dernier touriste (fragments). Éditions Gallimard, 1991, p. 22 e 23

Obrigada. :))


Arquivo