29/03/2015

Regresso à infância

Quem não gosta de histórias de encantar? Quem não leu os Contos dos irmãos Grimm? 
A história que trago em imagens é o conto de fadas do Príncipe Sapo, na versão dos irmãos Grimm, . Porquê?

Ilustração por Warwick Goble  (1862 -1943),  1913. (daqui)
Ilustração por Warwick Goble

Ilustração para o Príncipe Sapo, 1874,    Walter Crane, (1845-1915)


BNP - Os irmãos Grimm em Portugal, Exposição em 2012.


A resposta prende-se com um presente para a minha colecção de sapos. Ganhei um príncipe.:))
O boneco é giríssimo, tal como a história que me encantou na infância, transforma-se num fechar de olhos dando o sapo lugar ao príncipe.




Os irmãos Grimm, exposição na Biblioteca Joanina, Universidade de Coimbra


27/03/2015

Do vazio...



V
A
Z
I
O

***

Haverá quem não partilhe este fascínio pelo facto de alguns terem arriscado a vida para manterem aberta uma escola secreta e uma Biblioteca clandestina em Auschwitz-Birkenau. Haverá quem pense que foi um acto de coragem inútil num campo de extermínio, quando há outras preocupações mais prementes: os livros não curam doenças, nem podem ser usados como armas para derrotar um exército de verdugos, não enchem o estômago nem matam a sede. É verdade: a cultura não é necessária para a sobrevivência do homem, bastam o pão e a água. É verdade que com o pão para comer e a água para beber o homem sobrevive, mas só com isso morre a humanidade inteira. Se o homem não se emociona com a beleza, se não fecha os olhos e põe em marcha os mecanismos da imaginação, se não é capaz de interrogar-se e vislumbrar os limites da sua ignorância, é homem ou é mulher, mas não é pessoa; nada o distingue de um salmão, de uma zebra ou de um boi-almiscarado.

Antonio G. Iturbe, Nota final in A Bibliotecária de Auschwitz. Lisboa: Planeta, 2014, pp. 370-71.


Em nome dos que partiram precocemente e dos que pereceram espoliados do seu ser: 
Ne me quitte pas 


25/03/2015

... do meu quarto um copo de "Brandy"

(...)

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.



(...)

15 - 1 - 1928

 Álvaro de Campos, "Tabacaria" in Poesias , Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993). p. 252.


Álvaro de Campos em diálogo com Herberto Helder.

Homenagem a Herberto Helder (1930-2015)


Álvaro de Campos
TABACARIA
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23/03/2015

"Credo"

Credo                                                                               René Magritte, Sunlight, 1943-47
                                                                                         https://www.pinterest.com/pin/66568900715438180/


atribuído a Yossel Rakover

Creio no sol, mesmo quando não o vejo
Creio no amor, mesmo quando não o abraço
Creio em Deus, mesmo quando Deus se cala

José Tolentino Mendonça, Estação Central. Lisboa: Assírio & Alvim, (2ª edição) 2015, p. 28.






21/03/2015

O écrã veste-se de Primavera

Semicerra os olhos...
Cheira a fragrância que paira no ar.
Lentamente... 
                    m-u-i-t-o len-ta-men-te,
abre as pálpebras e maravilha-te:
com o ensaio único do despertar da Primavera. 

Ameixoeira 
(14:45 h /22-03-15))


Magnólias

Amores-perfeitos

Azedas

A Primavera é a minha estação. Renova-se o ciclo com a alegria da cor, o canto dos pássaros e o regresso das andorinhas. Boa noite!


No dia da poesia a minha homenagem contempla Almada Negreiros:

A Flor, in "O Regresso ou o Homem Sentado - III parte"

19/03/2015

Magnólias e poetas

Les poètes sont des oiseaux tout bruit fait chanter. 

François-René Chateaubriand

As minhas magnólias são um poema da Natureza.

Para o (s) Pai(s)

Magnólias da Ásia
Shen Zhou (沈周, 1427-1509), Ming dynasty - daqui


«Magnolias (translated literally in Chinese as "Jade orchid") were often planted in the yards of residences in the old days, symbolizing the notion of "Pure as jade and clear as ice (玉洁冰清)" and "Wealth and position in halls of jade (玉堂富贵)." In early spring the magnolia often blooms before its leaves emerge, hence its alternate names of "Flower tree (木花树)" and "Flowers anticipating spring (望春花)." This work, from "Album of Sketching from Life (写生册)," features a sketchy rendition of magnolias in light colors. Very slight washes of blue were applied to the background, leaving the paper blank to make the pure white of the blossoms stand out. The artist used short, blunt lines to depict the branches and bark. Long arcing lines delineate the soft and tender quality of the flower petals, making them appear pure and refined while giving them a strongly calligraphic touch as well.»

magnolia embroidery


«The magnolia was used often in Chinese art, either by itself or in combination with other plants. During ancient times, only the emperor was allowed to own magnolias. The name of magnolia pronounces Yulan in Chinese, meaning 'jade orchid'. The magnolia blossom symbolizes: a beautiful woman. Just as words have different meanings in different contexts, the meaning of painted magnolias was also fluid. Magnolia could mean "certainly" when used as the beginning of a sentiment with other symbols; acknowledge success at China's Hanlin Academy when painted along with with crab apple; and "pure and noble" when depicted with thoroughwort. Now magnolia lovers have one more choice to to bring the beautiful colors magnolia blooms into your home. We make various silk embroidered magnolia paintings, all hand embroidered with silk threads on silk.» Daqui


17/03/2015

Azedas no jardim

Azedas no jardim.

Azedas, belas na sua essência, amargas como o Bloco 31, em Auschwitz, onde uma jovem adolescente tinha a seu cargo a biblioteca clandestina, histórias do livro que ando a ler.

«abrir um livro é como entrar para um comboio que nos leva de férias» (contracapa)


- Esta é a tua biblioteca. Não é grande coisa - disse Hirsch, e olhou para ela de soslaio, para ver que efeito tinha causado.
Não era uma biblioteca extensa. Na realidade, constituíam-na oito livros, e alguns deles em mau estado. Mas eram livros. Naquele lugar tão escuro onde a humanidade conseguira alcançar a sua própria sombra, a presença dos livros era um vestígio de tempos menos lúgubres, mais benignos, quando as palavras falavam mais alto do que as metralhadoras. Uma época que se extinguira. Dita recebeu os livros um a um, com o mesmo cuidado com que se segura um recém-nascido.

António G. Iturbe, A Bibliotecária de Auschwitz. Lisboa: Planeta,  ( tradução de Mário Dias Correia), 2014, p. 39.
[Negrito realçado por mim]. Antonio Iturbe nasceu em Saragoça, é jornalista e entrevistou a protagonista do livro assinalado, Edita Dorachova.


15/03/2015

"E a única inocência é não pensar..."

Anthony van Dyck, Self Portrait With a Sunflower (after 1633)
Trinity College, Cambridge
Anthonyvandyckselfportrait.jpeg

II - O meu olhar é nítido como um girassol.

II

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no Mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...

8-3-1914
“O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993), p. 24.


13/03/2015

Lento sorriso

Que a alma, feliz com o presente, odeie preocupar-se 
com o que é futuro, e que tempere o que é amargo
com um lento sorriso; nada existe que tenha
apenas um lado feliz.

Horácio, Odes, Livro II, XVI, 25-28, tradução de Pedro Braga Falcão in António Mega Ferreira,
 "Cartas de Casanova, Lisboa 1757". Porto: Sextante, 2013, p. 200.

A capa do livro de António Mega Ferreira tem a imagem da fabulosa tela de Fragonard abaixo representada. Casa muito bem com o tema do livro. 

Rien ne porra faire que je ne me sois amusé,
Giacomo Casanova

Jean-Honoré Fragonard, Les hasards heureux de l'escarpolette, c. 1767,
 The Wallace Collection, daqui


Jean-Honoré Fragonard, The Swing, c. 1767, oil on canvas.  The Wallace Collection, London

Nota do Autor
«As seis cartas de Giacomo Girolano Casanova (1725-1798) que aqui se dão devem ter sido encontradas entre os papéis deixados pelo escritor em Dux, onde se acolhera nos últimos anos de vida na condição de bibliotecário do conde Waldstein. (...)
Não se sabe se os destinatários tomaram conhecimento de alguma ou algumas destas cartas; se as cartas chegaram a ser expedidas; nem sequer se Casanova alguma vez esteve em Lisboa, pelo que pode nem as ter escrito. É esse o princípio da fição.»

***
As cartas - Carta Primeira ao Senhor de Bernis, ministro de Luís XV. Carta Segunda a Francesco Casanova, pintor de batalhas; Carta Terceira à freira M.M., religiosa no convento de Santa Maria degli Angeli, em Murano; Carta Quarta a Matteo Bragadin, senador da República de Veneza; Carta Quinta à condessa Coronini, dama da corte do Eleitoe da Baviera; Carta Sexta ao senhor Bernis, ministro de Luís XV.


11/03/2015

Fragmento...

Não à violência doméstica



Fragmento do Homem

Que tempo é o nosso? Há quem diga que é um tempo a que falta amor. Convenhamos que é, pelo menos, um tempo em que tudo o que era nobre foi degradado, convertido em mercadoria. (...)

Desamparado até à medula, afogado nas águas difíceis da sua contradição, morrendo à míngua de autenticidade - eis o homem! Eis a triste, mutilada face humana, mais nostálgica de qualquer doutrina teológica que preocupada com uma problemática moral, que não sabe como fundar e instituir, pois nenhuma fará autoridade se não tiver em conta a totalidade do ser; nenhuma, em que espírito e vida sejam concebidos como irreconciliáveis; nenhuma, enquanto reduzir o homem a um fragmento do homem. 


Eugénio de Andrade, in Os Afluentes do Silêncio

Uma canção que liga bem com Eugénio de Andrade e este fragmento.

Lost my heart in the fairground the sad clown tries to 
smile
How quickly goes our innocence how swiftly we're defiled
Lost my heart in the fairground when I saw the cheapest 
rides
We're the ones the crowds queue for the sad clown stands 
aside
The vulgar neon prostitutes they always win the day
How swiftly our innocence is swept away
Lost my heart in the fairground when I saw that it was 
crap
Well marketed and packaged that keeps them coming back
How quickly we do swallow the bitterest of pills
The neon whores and sycophants who peddle cheaper thrills
How quickly fairground barkers learn to shout
The quick and easy buck is what it's all about
Lost my heart in the fairground the sad clown tries to 
smile
How quickly goes our innocence how swiftly we're defiled

(cortesia do Youtube)

08/03/2015

Motivo - As Rosas

No dia Internacional da Mulher - 3 poetizas

A sepal, petal, and a thorn                                   Sépala, pétala, espinho.
Upon a common summer's morn –                       
Na vulgar manhã de Verão –
A flash of Dew – A Bee or two –                          
Brilho de orvalho – uma abelha ou duas –
A Breeze – a caper in the trees –                         
Brisa saltando nas árvores –
And I'm a Rose
!                                                    – E sou uma Rosa!

Emily Dickinson (1830-1886)

(Tradução de) Jorge de Sena, 80 poemas de Emily Dickinson. Lisboa: Guimarães/Babel, 2010*


Para Emily 



Para Sophia

Para Cecília

Sophia de Mello Breyner Andresen- retirado da BNP

Para todas as amigas que por aqui passam: não é uma rosa mas é rosa.

4º. Motivo da rosa

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.

Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.

Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.

E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

Cecília Meireles

Leia mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news03/article.php?storyid=1472 © Luso-Poemas

*Nenhuma poesia do tempo se parecia com a sua, tão insólita, tão abrupta, tão tensa e tão concisa. […] a "liberdade" de Emily Dickinson é extremamente complexa, só entendível em pessoalíssimos termos. Mas, na história da poesia norte-americana, em que as figuras dolorosas ou tragicamente isoladas são tantas, ela avulta esplêndida, igualmente distante dos "profissionais" da poesia ou dos fabricantes dela para consumo doméstico ou público.
Jorge de Sena introdução na antologia: 80 poemas de Emily Dickinson.

Paris Opera Ballet, Agnès Letestu e Stéphane Bullion, Coreografia - John Neumeier

07/03/2015

Friendship is Love without his wings!

O Museu do Oriente apresenta “Fragmentos (i)materiais”, uma exposição individual da artista japonesa Noriko Yanagisawa dedicada à temática do corpo - fragmentado, descontextualizado e em crise -, de 19 de Fevereiro a 29 de Março de 2015.


Friendship is Love without his wings!
Lord Byron

AMITIE EST L'AMOUR SANS AILES in: "The Works of Lord Byron: Including the Suppressed Poems." Also a Sketch of His Life,página 742*; Por George Gordon Byron Byron; Publicado por J. B. Lippincott & co., 1856; 764 páginas


Noriko Yanagisawa,  Homem com Asas ou Ícaro? [Título meu], 

水邊の庭 I ’01 / Garden at the Waterfront I ’01, 2001
Mixed 02

Led Zeppelin - Uma edição especial 40 anos do lançamento do álbum Physical Graffiti.

05/03/2015

Monólogo (s)

Determinação e Delicadeza,
Trabalhador em Goa.


Notre vie est un voyage 
Dans l’Hiver et dans la Nuit, 
Nous cherchons notre passage 
Dans le Ciel où rien ne luit. 

Chanson des Gardes Suisses 1793

Voyager, c’est bien utile, ça fait travailler l’imagination. Tout le reste n’est que déceptions et fatigues. Notre voyage à nous est entièrement imaginaire. Voilà sa force.

Louis Ferinand-Céline, VOYAGE AU BOUT DE LA NUIT ,  (canção e citação retiradas do filme: A Grande Beleza)

"La Grande Bellezza" Final Monologo di Toni Servillo tratto dal Film di Paolo Sorrentino





Trouxe daqui e repasso  - Olhares que se querem lúcidos : 
Olhar e pensamento sobre o flagelo da fome

03/03/2015

"O deserto é o tempo sem espaço" - Leituras

«- Quero fazer-te um pedido: se és poeta, não queres recitar para mim alguns dos teus versos?
O outro, que contemplava as chamas da fogueira, respondeu sem desviar a cara:
- Aqui está um poema feito durante a minha viagem.

O deserto é o tempo sem espaço.
O deserto é o vazio do mundo.
É uma jóia que espera resplandecer,
desde o princípio dos séculos.
Quando uma lágrima cai no chão seco,
a terra agradece com uma flor.

Houve um silêncio pesado. Rashid aclarou a garganta e declarou com todo o tacto de que era capaz (e que não era muito):
- Sem ofensa: no país de onde vieste as pessoas gostam desses versos? Consegues ganhar a vida com eles?
Ao ouvir isto, o poeta riu tanto que as suas faces ficaram molhadas de lágrimas. Respondeu:
- Já percebi não gostaste! Mas tens razão, eu não recito  poemas como este no país de onde venho... Enfim, não sejas tão severo: quando canto, é um pouco diferente. »

João Aguiar, O Homem Sem Nome. Lisboa: Asa, 1995, 
(7ª Edição), p. 17.                                                               Imagem cortesia do Google.
Agradeço à Cláudia Ribeiro que me encontrou este livro.

Danae Stratou, escultor, Alexandra Stratou, desenhadora industrial e Stella Constantinides, The Desert Breath, instalação no deserto do Egipto próximo de Hurghada, 1997, daqui


Desert-Breath-1Desert-Breath-2

01/03/2015

Lima de Freitas e Soror Mariana Alcoforado

Após a leitura da peça de Manuel Poppe sobre Mariana Alcoforado reli as cartas.
Lima de Freitas ilustrou a edição: Soror Mariana, Cartas de Amor. Lisboa: Artis, 1964. 
O livro é muito bonito. Mariana é desenhada segundo a dicotomia: mulher religiosa, mulher carnal e apaixonada. No recato solitário da sua cela despe-se do hábito e aparece frágil como uma menina a que impuseram um arquétipo de vida não escolhido. O amor e o ódio transcritos nas suas cartas assumem o antagonismo num constante entrosamento entre o religioso e o profano, a inocência e o pecado, a revolta e a serenidade, o pranto e a resignação, a aceitação e a negação. 
Mariana é a vítima e a ré, o dia e a noite, a sombra e a luz, o bem e o mal.

Cartas de Soror Mariana Alcoforado
Carta I - pp. 17 e 19

Carta II - pp. 23 e 27

Carta III - pp. 35 e 37

Carta IV - pp. 43 e 45

Carta V - pp. 51 e 55

Soror Mariana de Matisse é belíssima mas a de Lima de Freitas é, para mim, sublime.

Devo a um amigo o conhecimento desta ópera.

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